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Como é construído o mito das "solteiras de Carnaval"

Durante o ano todo já sabemos. As mulheres andando nas ruas retraídas, com cara de maus amigos e recusando as investidas de um monte de caras legais que poderiam fazer qualquer mulher feliz. Mas chega o Carnaval, tudo muda e as mulheres ficam bem diferentes, chegando até a tomar iniciativa nas paqueras nos ambientes momescos. Estranho. Porque só acontece isso no Carnaval?

Pesquisando e analisando, tenho uma hipótese bem forte. Convém lembrar que se as coisas fossem assim tão fáceis como dizem, as mulheres iriam paquerando qualquer um em qualquer lugar, não apenas nas festas ou em ambientes mais intimistas.

O que eu descobri: não existe solteira nenhuma. Isso é uma farsa. Ninguém admite, mas até os 65 anos, a maioria da população é masculina. 75% das garotas entre 15 e 25 anos estão namorando ou no mínimo com pretendentes. A partir dos 25, 85% estão casadas. A sociedade e os institutos de pesquisa contestam esse número, mas uma boa andada na rua e uma visita nas redes sociais confirma o que eu estou dizendo. Ao menos que este suposto excesso de solteiras viva isolado nas cavernas sem sair dali e sem ter direito a ter internet.

Homens que não gostam de Carnaval

Na verdade as "solteiras" de Carnaval são mocinhas muito bem compromissadas. O que pode explicar é que seus namorados/maridos ou não puderam ir ao Carnaval ou não gostam de Carnaval. Como as festas satisfazem o instinto  feminino de ser o centro das atenções, as mulheres nunca deixam de ir a uma, já que é muito bom para a sua auto-estima.

As mulheres não vão aos lugares só para arrumar homem. Se vão a um lugar, é porque gostam dele ou da atividade feita nele. Somente os homens é que vão aos lugares que detestam só para arrumar companhia. Não digo a maioria, mas uma grande parcela dos homens não curte Carnaval - já reparou que as músicas carnavalescas são todas imbecis, ferindo a racionalidade masculina? - indo aos festejos só para arrumar mulher, já que estas só paqueram em ambientes desse tipo.

Depois da conquista, os homens se acham desobrigados a ir ao Carnaval, já que conseguiram o que queriam e aos casar com suas mulheres, eles aproveitam o período de Carnaval para fazer outras coisas enquanto suas mulheres vão à folia se divertir.

Turismo sexual é que favorece a mitologia das "solteiras de Carnaval"

A mídia, a serviço da indústria hoteleira, junto com os institutos de pesquisa, acabam por transformar essas foliãs em mercadoria para atrair mais homens que irão investir ou trabalhar para dar mais dinheiro aos poderosos de nosso país - o turismo sexual, mesmo o discreto, é uma realidade triste, defendida até por quem finge condenar. Aí vem aquela falácia que diz que "tem muita solteira por aí".

Acabado o Carnaval, tudo volta como antes e as supostas solteiras retomando seus relacionamentos, também retomam a sisudez cotidiana - se elas tem dono, não precisam paquerar, não acham? - até que o próximo grito de Momo possa lhes devolver a fantasiosa e fictícia solteirice de Carnaval. Para a alegria dos que lucram muito com o turismo sexual.

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