O ser humano, sobretudo no Brasil, não está preparado para o amor. A maioria das pessoas não sabe o significado desta palavra e por ela ser considerada bonita, a usam para todo tipo de sensação que envolva assuntos conjugais, inclusive o sexo.
O nome "amor" é tão lindo que é utilizado ad nauseam para justificar porque as pessoas se unem, namoram, casam, etc.. Mas o casamento tendo amor como motivo não é um fato, visto que cada vez mais os motivos e as formas que fazem com que as pessoas se unam, são cada vez menos românticas e afetuosas.
Na verdade, o que faz a maioria das pessoas se unir, através do matrimônio, não é o amor e sim a necessidade de se cumprir um ritual social. Se casar é mostrar aos outros que é querido, mas também serve como atestado de que fulano é um adulto "feito". Como crianças não se casam - pelo menos na sociedade ocidental - o casamento serve como forma de consagração da vida adulta.
No Brasil, homens e mulheres não se amam, segundo os costumes sociais impostos pelo sistema. Homens preferem sexo e esportes. Mulheres só querem filhos e bens materiais. O casamento serve para que três destes aspectos (sexo, filhos e bens materiais) possam ser realizados com maior facilidade. Além do respeito da sociedade, claro, já que ela respeita mais pessoas com vida conjugal ativa do que pessoas solteiras, tidas como "mal amadas".
Claro que toda regra tem exceção, além de que muitos relacionamentos que surgem por interesse ou por satisfação social, possam desenvolver o amor com o passar do tempo. Mas o que me refiro aqui é no início, nas formas que levam a concretização dos relacionamentos e do matrimônio.
É notável que hoje em dia, os relacionamentos eliminem o afeto em sua fase inicial, com processos de conquista muito mais lúdicos do que carinhosos. Para quem é romântico, isso é ruim, pois vai levar um tempo para perceber se a pessoa escolhida como companhia é capaz de desenvolver afeto ou não. E quando perceber isso, pode ser tarde demais.
Mas de qualquer forma, com amor ou sem amor, o casamento é um ritual social feito para agradar a sociedade como um todo, dando prestígio social aos cônjuges e consequentemente, o usufruto dos direitos que só o convívio com outras pessoas pode favorecer. O resto, inclusive o tão exaltado amor, vem depois disso.
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