As festas são a razão de ser do brasileiro. Brasileiro adora festas. Adora, não, precisa dela. Trata festejos com uma exagerada importância, que dá a impressão de que se não for para alguma festa, irá morrer.
Por este motivo que, por exemplo, os brasileiros estavam tão ansiosos pela copa de 2014. Brasileiro gosta de futebol, não pelo esporte em si, mas porque sabe que é um esporte que sempre acaba em festa. Uma enorme festa abarrotada de muitos convidados.
Por este motivo que, por exemplo, os brasileiros estavam tão ansiosos pela copa de 2014. Brasileiro gosta de futebol, não pelo esporte em si, mas porque sabe que é um esporte que sempre acaba em festa. Uma enorme festa abarrotada de muitos convidados.
Li em um site de conselhos afetivos que festas e similares são os melhores ambientes para se arrumar namorada. Não vou entrar em detalhes porque não é esse o propósito desta postagem. O texto está aqui para quem quer ler mais a respeito.
O texto repete o mantra seguido cegamente pela sociedade brasileira: mulher só dá mole em festa. Não adianta fugir: quem quer vida afetiva, tem que ir a festas. Mesmo sabendo que nestes ambientes ninguém quer nada sério.
Resta saber como é que ninguém reparou que a maioria dos relacionamentos - incluindo os "sérios" casamentos - fracassa porque começa desta maneira frouxa, sem seriedade. Como alguém quer algo sério se não inicia de forma séria? Um dos absurdos defendidos por uma sociedade ainda mais absurda.
Resta saber como é que ninguém reparou que a maioria dos relacionamentos - incluindo os "sérios" casamentos - fracassa porque começa desta maneira frouxa, sem seriedade. Como alguém quer algo sério se não inicia de forma séria? Um dos absurdos defendidos por uma sociedade ainda mais absurda.
Além de que na verdade, festas não são o melhor lugar para se conhecer de fato alguém, apesar de toda a defesa pelo contrário. Muito barulho, muita gente espremida, bebedeira e falta de privacidade para um atento papo a dois. Talvez parques, como por exemplo: o Campo de São Bento, em Niterói ou a Quinta da Boa Vista, sejam melhores para uma boa paquera.
Será que o responsável pelo texto se esqueceu que nem todos gostam de festas? E mesmo os que gostam de festas, como eu, não gostam das festas que existem por aí, limitadas a bebedeira e músicas irritantes? Será que não existe outra maneira, mais democrática de conquistar uma mulher em outra situação, mais sóbria, onde se possa ter uma conversa saudável, fora das loucuras de uma festa irresponsável onde todos não enxergam limites?
Isso mostra que o caráter democrático de nossa sociedade é pura fachada e que as regras sociais, mesmo não escritas na Constituição ou em qualquer manual de leis, conseguem ser mais autoritárias que qualquer artigo da Constituição Federal, não oferecendo alternativas para quem não se adapta a certas normas.
O que dá a impressão de que estas regras na verdade são um filtro para deixar passar apenas os "mais aptos" nesta verdadeira e enrustida competitividade masculina na corrida pela conquista das "fêmeas". Filtro que é recebido com alegria pela maioria dos homens brasileiros, já que, sendo brasileiros, as festas são a sua razão de existir. Como um professor que obriga os seus alunos a irem para o recreio.
Isso é triste, pois quem não curte estas festas fica condenado à solidão, como se fosse uma punição pela desobediência de uma regra, mostrando que a sociedade brasileira está cada vez mais hipócrita e exigente, indisposta a doar benefícios a quem se recusa a rumar "com a correnteza".
Para encerrar, umas perguntinhas: qual a possibilidade de um homem que não curte festas de conquistar uma namorada? Será que as mulheres não conseguem ser simpáticas e descontraídas fora de festejos?
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