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Está tudo muito fácil para as mulheres

A lógica mostra que somos muito exigentes com os outros quando tudo é fácil para nós. Na  facilidade, as pessoas não conseguem entender a dificuldade alheia. Como não passaram - ou não se lembrar que passaram - por uma situação difícil, querem a facilidade somente para elas, exigindo dos outros o mesmo esforço que negam para si mesmos.

A sociedade encanou de enfiar nas cabeças das mulheres que ser "difícil" é uma honra e sinal de "respeito" para a feminilidade. Mulher que "sabe o que quer" e "se respeita" deve ser difícil. Ser difícil facilita as coisas para as mulheres. Os homens que se lasquem.

Na vida afetiva, as mulheres não encontram dificuldade para arrumar um homem, embora vivam dizendo que tem. Tudo bem, nem sempre - ou quase nunca - elas se casam com os homens que elas desejam, já que os melhores conquistadores são justamente os piores em caráter e intelectualidade. Excelentes profissionais e cumpridores assíduos das regras sociais, os homens que tem facilidade de conquista normalmente demonstram ser pessoas de caráter fraco e inteligência débil e nada criativa. Mas são esses que as mulheres conseguem. Se eles repartirem o salário com suas esposas está bom até demais. É isso que elas querem mesmo, ora.

Apesar da sociedade não admitir, a maioria das mulheres entre 25 e 45 anos, no auge da beleza de do equilíbrio mental, está comprometida, casada ou no mínimo num relacionamento estável. Mulheres solitárias que choram pelos cantos a falta de homem são raridades. Muitas destas tem algum problema de sociabilização.Mas de regra, cerca de 80% na citada faixa etária são comprometidas.

Mesmo assim, a sociedade não gosta de imaginar que a maioria esteja comprometida. Gosta de acreditar no mito da maioria de mulheres sozinha, coerente com o machismo e com o Capitalismo que caracterizam a nossa sociedade. A sociedade, com a ajuda da mídia e de indivíduos prestigiados, é capaz de forjar provas de maioria de solitárias. É desconfortante saber que este mito não passa de uma farsa.

É é uma farsa. Além da maioria das mulheres não estar sozinha, as mulheres sequer são a maioria da população. Morre muitas mulheres e nasce muitos homens. Entre os jovens, a maioria masculina já é bastante nítida. Ficou cada vez mais fácil uma mulher arrumar um homem. Só não pega quem não quer.

E por isso mesmo está cada vez mais difícil para os homens conquistarem uma mulher. Com a facilidade e a grande demanda masculina, as mulheres aumentam o nível de suas exigências. Já não paqueram mais nas ruas. Os homens que estiverem a fim de uma mulher tem que se arriscar sem esperar alguma reação positiva por parte das mulheres. Um homem tem que apelar para a criatividade para conquistar uma mulher que não demonstra interesse por eles. Ou seguir a anti-democrática sugestão de ir a uma gandaia, mesmo não gostando, na intenção de arrumar uma companheira.

Quem se recusa a obedecer as regras de conquista - são as mulheres que criam as regras de conquista, sabiam? - ou tem que se contentar com as mulheres carentes e menos atraentes, ou tem que aceitar a solidão. Muitos homens tem optado por viver sozinhos. Alguns galãs famosos tem preferido viver assim.

Isso tem resultado num festival de injustiças caracterizada por um monte de casamentos de fachada entre cônjuges que nada tem a ver um com o outro, só porque encontraram a oportunidade certa e souberam aproveitar, mesmo sem saber o que realmente queriam.

Mas isso não importa para as mulheres. Por mais chatos ou infiéis que sejam os seus maridos, se eles trabalham e cumprem a função de protetor/provedor com regularidade, já parece o suficiente. Para elas uma vida confortável serve de ilusão compensatória para a falta de amor conquistada como prêmio de obediência a regras mesquinhas de conquista, criadas por integrantes de uma sociedade falida e crédula, escrava da mídia e das regras sociais.

Bem que os contos de fada estavam certos. Sapos são príncipes e príncipes são sapos. Muitas mulheres acabam ouvindo um grande coaxar vindo daquele que elas pensavam ser um príncipe encantado, após a bela noite de núpcias. Enquanto isso alegres e lindos sapinhos cantam com sua vozes de galãs, solitários nos brejos da vida.

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