Há um falso mito de que os homens são todos unidos. E para reforçar este falso mito, os homens, em uníssono resolveram chorar juntos a morte de Hugh Hefner, fundador da revista Playboy, magnata, machista e digamos, pedófilo, pois só gostava de mulheres jovens (todas crianças ou não-nascidas quando ele era relativamente jovem).
Os textos que lamentam a morte do empresário o tratam como uma espécie de benfeitor e guru do hedonismo, como se a ganância capitalista (ele era magnata) e o machismo estivessem inexistentes ou se admitidos, não fosse considerados defeitos humanos.
Foi uma choradeira sem necessidade, pois qualquer um poderia ter feito o que ele fez: criar uma revista para o entretenimento masculino. Mas não há nada de humanitário nisso, pois entretenimento é fútil demais para ser tratado como um ativismo social.
O choro dos machistas pela morte de seu invejado guru é uma tolice e mostra que machistas são realmente imaturos, priorizam o lazer (como crianças que preferem brincar do que estudar) e que os defeitos de um machista ganancioso podem ser facilmente perdoados desde que ele ofereça diversão a um bando de ociosos de cabeças ocas.
Não há motivos para chorar a morte de Hugh Hefner. Morreu um mero velhote. Um velhote babão. Mais um entre muitos. Ele não foi benfeitor (ganhou dinheiro, e muito, com o que fez), não respeitava as mulheres e simbolizava perfeitamente o machismo.
Se Hefner tivesse sido, não um homem, mas uma mulher de 91 anos, os que o elogiam estariam tacando pedras. Idosas não devem se envolver com sexo, devem apenas se isolar e rezar. Mas os pelancudos machos de idade elevada podem ser eternos galãs da juventude forjada.
Afinal até mesmo para quem gosta de pornografia, há coisas muitos melhores do que uma revista que nas últimas décadas estava em franca decadência com ensaios eróticos cada vez menos belos e excitantes.
Desculpem a linguagem grossa. Mas não dá para aceitar um mundo que trata homens e mulheres com idade elevada de forma bem oposta.
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