Os seres humanos vivem numa falsa paz. Supostamente por motivos racionais, os homens preferem entrar em acordos do que brigar. Mas esses acordos não são tão racionais e frequentemente nem justos são. É aquele típico acordo entre o forte e o fraco.
O acordo consiste em elaborar a vitória do forte antes mesmo da briga começar. Com base em critérios estabelecidos pelas regras sociais, o forte (ou bem sucedido, mais capaz, etc.) estabelece que é dele o direito de pegar as melhores mulheres enquanto o perdedor fica com as mulheres menos atraentes.
Este tipo de acordo é reforçado pela religiosidade, que proíbe dos homens de terem a mesma briga mortal que outras espécies animais possuem. Claro que é um acordo unilateral que favorece os homens mais capazes, pois nosso sistema sócio-econômico é competitivo e feito para que privilegiados fiquem com a melhor fatia do bolo. Mas dando aparência de acordo, a injustiça acaba parecendo justa.
As religiões, que controlam a moral e privatizaram a bondade humana, estabeleceram que todos são irmãos e que tudo deve ser resolvido pacificamente. Mas como as mesmas nunca se empenharam em verdadeira justiça social, acaba-se favorecendo este acordo falsamente pacífico em que o mais capaz fica com o sucesso e o menos capaz fica com o fracasso.
Brigar é algo muito feio para a espécie humana, que deve sempre se empenhar em resolver tudo por acordos, mesmo unilaterais. Por isso que vemos homens, atraídos pelas mesmas fêmeas, em que3 o mais capaz ou o primeiro a chegar pega para si a mulher desejada enquanto o outro é obrigado a aceitar a derrota e se virar para arrumar outra mulher, em geral, de qualidade inferior a que foi conquistada.
Seria muito menos hipócrita se as brigas ocorressem na espécie humana. Mas felizmente por um lado - ninguém morre por brigar por uma fêmea - e infelizmente por outro - os menos capazes tem que se virar em escolher entre a solidão ou fêmeas de qualidade duvidosa - os acordos humanos impedem que chova sangue por causa de conquistas amorosas. Quem perde deve aceitar o que sobrou.
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