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Com pouca capacidade de demonstrar afeto, mulheres cariocas não sabem paquerar; homens tem que se virar para conquistá-las

O golpe político de 2016 serviu para mostrar o caráter dos brasileiros. Enquanto os habitantes da Região Nordeste são mais afetuosos, os das regiões Sul e Sudeste, classicamente conservadores, individualistas e elitistas, são bem menos afetuosos. Conquistar o afeto e a amizade dos habitantes dessas duas regiões não é trabalho fácil. E isso afeta também as conquistas amorosas.

O conservadorismo e o elitismo contém valores sociais que estimulam uma certa desconfiança e relação ao outro, quase sempre tratado como alguém a tirar bens e a honra do conservador. É preciso muito talento para convencer o conservador de que há boas intenções na pessoa interessada em amizade e afeto.

Esta desconfiança torna a capacidade de demonstrar afeto um tanto precária. Os homens tem que adivinhar se uma mulher está afim ou não. Por isso que no Sul e no Sudeste, os homens costumam ser extrovertidos, embora também sejam desconfiados. Embora o conservadorismo faça com que os homens não neguem a sua coragem em enfrentar quaisquer situações.

Já as mulheres, estimuladas pelo conservadorismo a serem menos corajosas, são praticamente proibidas de demonstrar afeto de forma clara. O conservadorismo classifica a iniciativa feminina como coisa de "mulher fácil", "de prostituta", e "que fere a honra feminina". O homem que se vire para conquistar uma mulher. Afinal, ele é o caçador e a mulher a caça, não é?

Isso é ruim para os homens mais tímidos e que sentem dificuldades ainda maiores após a campanha anti-assédio, que inibe ainda mais a paquera. Para piorar a injustiça, mulheres extrovertidas são proibidas de tomar iniciativa enquanto homens tímidos são obrigados a agir. Por isso que muitos casais nunca se formam, transformando a solidão em mal do século, aumentando casos de depressão.

Por isso que a solução encontrada para a formação de muitos casais tenha sido formar grupos unissex de amigos ou namorar com colegas de faculdade ou de emprego. As paqueras, como conhecíamos, estão bastante ameaçadas pela falta de afeto e pela má intenção de pessoas que se acham no direito de usar outras para satisfazer interesses pessoais.

Enquanto não houver a mudança de paradigmas, coisa que sudestinos e sulistas insistem em recusar a fazer, vai ficar cada vez mai difícil formar casais. Muita gente vai ficar solitária por preferir nunca derrubar estereótipos sociais, equivocadamente consagrados.

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